POLÍTICAS EDUCACIONAIS E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL

Resumo

Debater as práticas de formação do professor na contemporaneidade leva a pensar nas condições de emergência da própria instituição escolar, como maquinaria capaz de produzir verdades sobre os sujeitos de seu campo. Práticas pedagógicas interpeladas por discursos produzidos e produtores de sentido, as quais projetam modos de ser professor. Cabe pontuar que o interesse desse estudo, que vem sendo desenvolvido desde 2013, não se volta à apreensão de quem é o sujeito pedagógico, ou ainda, a busca de uma essência que responderia ao que este sujeito realmente é ou poderia ser. O empreendimento desses estudos nos faz discutir acerca da correlação de forças que constrói o professor, bem como a rede de saberes e poderes que o interpelam e o constituem como sujeito docente, produzido por desejos e investimentos constantes em si, a fim de capacitar-se para o exercício da docência, seja ela no ensino básico ou superior. Para tanto, busca-se a partir de Michel Foucault, dialogando com outros autores, a discussão conceitual que permita a desarticulação da noção de formação e de sujeito pedagógico engessadas em narrativas constituídas por regimes de verdade que as colocam como parte da própria natureza ou essência da escola. Num primeiro momento propomos construir um panorama geral das políticas educacionais produzidas no Brasil na atualidade, de modo a realizar um recuo histórico até os anos de 1960, década da publicação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Pretendemos fazer a seleção e leitura detalhada das políticas direcionadas à formação de professores, de modo a compreender como o ensino e a aprendizagem têm sido significadas nos textos legais.