OBSERVAÇÃO DE PSICOPATOLOGIA EM GRUPO DE ADOLESCENTES

Gabriela Quilião Bicca, Isadhora Pereira Amaral de Souza

Resumo


INTRODUÇÃO: A disciplina de estágio básico em psicopatologia tem como objetivo a observação de psicopatologias. A instituição onde foram realizadas as observações atende crianças e adolescentes que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida, sendo os transtornos mais encontrados no local: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno Bipolar e Transtornos Disruptivos do Controle do Impulso e da Conduta. OBJETIVOS: Levantar hipóteses diagnósticas de um paciente que frequenta o grupo psicoterapêutico onde serão realizadas as observações. METODOLOGIA: Foram realizadas seis observações de 1h30min, entre os meses de outubro e novembro de 2022. O grupo conta com a participação de até 10 adolescentes, de 13 a 17 anos. A participante escolhida para as observações foi uma adolescente de 16 anos, com diagnóstico de transtorno bipolar. RESULTADOS: Os participantes do grupo interagiam muito pouco, não se engajavam nas dinâmicas e faltavam muitos encontros. Acreditamos que esse fenômeno possa estar ligado ao fato de ter havido a troca de psicóloga no grupo, desencadeando um processo de luto e quebra de vínculos entre os participantes. Quando questionados sobre a falta de interação, os participantes alegaram não ter muito o que falar ou não se sentir à vontade em conversar. Devido a essa peculiaridade, passamos a observar, além da paciente, o grupo como um todo e os fenômenos ali presentes. CONCLUSÃO: Considerando que os participantes do grupo não mantinham uma assiduidade e não compartilhavam vínculos uns com os outros, podemos dizer que o grupo estava enfrentando dificuldades importantes. A psicóloga conduzia o grupo com jogos de cartas e dinâmicas variadas, não forçando a fala, esperando que as palavras viessem naturalmente, porém ainda assim os participantes não conversavam entre si, apenas respondiam ao que era direcionado a eles. Acreditamos que a própria condição das psicopatologias encontradas no grupo, como Transtorno de Ansiedade, Transtorno Bipolar e Depressão justificam a dificuldade em se comunicar e formar vínculos encontradas no grupo. A participante observada, tem um diagnóstico de Transtorno Bipolar, porém nos três encontros que tivemos não percebemos nenhum comportamento que corroborasse com esse diagnóstico.

 

Palavras-chave: diagnóstico, grupo psicoterapêutico, adolescência.

 

 


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