PROJETO VIVER COM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM PRESÍDIO ESTADUAL DE CACHOEIRA DO SUL

Jean Rosa Pereira, Jordane Marciele Beling, Alex sandro Silveira, Danrlei Soares Prussiano

Resumo


Introdução:Segundo as Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiro, a prisão tem finalidade de proteger a
sociedade, cabendo ao sistema afirmar quando egressa do Sistema, o ex-detento deve respeitar e trazer retorno para a
sociedade. Tendo essa informação percebemos que a vida intramuros é precária no quesito saúde e todo indivíduo tem o
direito de educação e ações preventivas de saúde. A população carcerária é uma parcela vulnerável não somente no
aspecto social, mas principalmente sobre saúde. Portanto, visando contribuir com a comunidade, foi criado o projeto
“Viver com Saúde” no ano de 2017, com o intuito de promover ações educativas e a promoção em saúde dentro do
ambiente penal, com alunos do NEJA, uma parceria entre o curso de Enfermagem da ULBRA Campus Cachoeira do Sul
com a penitenciária estadual localizada no mesmo município (PECHS). O projeto consiste em um grupo de extensão
formado por acadêmicos de enfermagem que se preparam através de estudos dirigidos e, com a supervisão de docentes,
nos reunimos promovendo aulas. Os temas são sugeridos pelos detentos, no qual todos eles são pertinentes com o
ambiente dos quais vivem, como primeiros socorros, importância da higiene corporal, suporte psicológico e outras
temáticas relacionadas à saúde pessoal
Objetivos O objetivo do projeto foi desenvolver habilidades interpessoais na comunicação e contribuir com a
promoção da saúde em ambiente carcerário, visto que esse espaço não possui suporte de cuidado pessoal
Metodologia Para a preparação das atividades foram realizadas reuniões entre os acadêmicos e professores,
onde se deu a divisão dos temas de interesse dos detentos. As aulas compreenderam diferentes temas como, primeiros
socorros, saúde mental, monkeypox, diabetes, crises convulsivas e infecções sexualmente transmissíveis, entre outros.
Os encontros ocorrem quinzenalmente e cada encontro tem a duração de uma hora. Como recursos para o auxílio das
orientações foram utilizados objetos demonstrativos e audiovisuais (retroprojetor). Também foram realizados testes de
glicemia e aferição de pressão arterial. Após as palestras sempre realizamos uma roda de conversa, onde interagimos e
damos o espaço para perguntas, relatos de história de vida, e sanarmos dúvidas gerais.
Resultados Após a execução do projeto foi percebido uma melhora significativa nos hábitos de alguns
apenados e, de forma ampla, pode ser visualizado uma melhora no aspecto físico dos ambientes frequentados por eles,
que passaram a ser mais higienizados. Podemos notar que a cada aula ministrada o número de discentes interessados
só aumentava, bem como a comunicação interpessoal entre eles e conosco, assim constatando um desfecho positivo
para nossas ações

Conclusão O projeto possibilita aos acadêmicos o desenvolvimento de
habilidades de organização, estudo e comunicação, mas além de tudo temos a
oportunidade de desenvolver habilidades que nós futuros enfermeiros necessitamos,
sendo uma delas o olhar para o outro sem julgamentos. Para os apenados é um
momento rico que permite aos mesmos, contato com pessoas extramuros e ainda os
beneficia com ações em saúde, prevenção de IST’s e conhecimento para auxiliar
seus colegas de cela e a si próprio.
Palavras-chave: enfermagem; penitenciária; educação em saúde

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